terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A vida e os sonhos das mulheres de Kakuma.



I conferência de mulheres de Kakuma - Kenya


CAMPO DE REFUGIADOS DE KAKUMA, Quênia, 22 de novembro de 2015 (ACNUR) – O campo de Kakuma, instalado no norte do Quênia em 1992, ultrapassou a capacidade máxima de 100 mil pessoas, aumentando a preocupação sobre a constante chegada de refugiados nos últimos dois anos.
“A ameaça de conflitos nos países vizinhos, particularmente no Sudão e Sudão do Sul, continuará levando pessoas a buscar refúgio no Quênia possivelmente até 2016”, afirmou Guy Avognon, chefe do escritório do ACNUR em Kakuma.
Kakuma Hoje.


Nos primeiros sete meses deste ano, 12.123 pessoas foram registradas no campo, a maioria vinda dos estados de Jonglei e Kordofan, no Sudão do Sul. Um número significativo de refugiados do Burundi, Etiópia, Somália e República Democrática do Congo também buscaram refúgio em Kakuma este ano.

Com esse quadro os problemas sociais se agravam em extremo: miséria, violência, drogas, prostituição, AIDS. O lugar que deveria ser um refúgio, tronou-se uma armadilha onde sobreviver com dignidade é quase impossível.





As Mulheres de Kakuma.

Entre essas multidão de pessoas que tentam sobreviver, encontramos um grupo de mulheres que buscam uma esperança para poder sair dessa zona de morte que se tornou Kakuma. Tive o privilégio de poder conhecer um pouco desse grupo de mulheres, de sentar com algumas e escutar suas histórias, onde a alegria, felicidade, amor são palavras que não escutei nessas histórias.
Uma das histórias que ouvi foi de uma senhor dos seus 49 anos, 3 filhos e uma filha. Sua família veio de Burundi, um pequeno país aqui da África. Ao chegar em Kakuma seu esposo voltou ao país de origem para tentar trabalhar e mandar dinheiro para esposa, nesse período que esteve fora, essa senhora teve sua casa invadida por dois homens que a estupraram. Em decorrência a esse ato de violência tão comum em Kakuma, ela engravidou. Seu esposo retornou e a encontrou grávida, sem dar chance a esposa de ser compreendida ele a abandona, com seus filhos a sua própria sorte. 
Esse é um dos muitos casos que ouvi entre essas mulheres tão sofridas e carentes de cuidado e amor por parte da Igreja.


 Momento de Oração por essas bravas mulheres. Pra. Vanilda ( Criciúma - SC, Ig. Vida para as Nações)


Foi um tempo precioso onde todas as 100 mulheres presentes nesse encontro tiveram a oportunidade de se sentirem queridas e amadas, sabendo que tem alguém que se importou com elas ao ponto de vir tão longe para ler dar uma palavra de força  e esperança.

Um dos nossos sonhos é poder dar a essas mulheres a oportunidade de trabalhar e assim buscar seu próprio sustento.

Temos o projeto de comprar máquinas de costura para que elas organizadas em turnos possam trabalhar e vender o produto do seu trabalho, e dentre essas mulheres existem ótimos talentos para costurar.

Nesse ano de 2016 esse é um dos nossos alvos mais importantes, levar essas mulheres a ter seus sustento e trazer de Kakuma o produto de de seu trabalho para as ruas do Brasil.

Agradecemos a todos que tem orado por esse projeto para 2016, e deve já desejamos contar com sua ajuda para tornar esse sonho uma realidade e ver no rosto dessas mulheres um brilho chamado, Esperança

                                                                                                                                                                                                                                         Esther Tito 
                                                                                                           líder desse trabalho em Kakuma


Deus seja louvado.                                                 
Por: Beethoven e Gláucia Moura, Missionários.
MCM Povos - WM Kenya.






segunda-feira, 30 de novembro de 2015

5th Viagem aos Turkanas e ao Campo de refugiado de Kakuma.



Nossa quinta viagem a região chamada "terra dos Turkanas", começa no dia 21 de novembro de 2015, sai de Nairobi junto com uma equipe que veio do Brasil ( Prs. Edson e Vanilda e seu filho Ramon, Pr. Vaderlucio, Altair e Daniel) 

Nosso alvo era de visitarmos 3 vilas, das 9 que apoiamos e participar do 1 conferência de viúvas realizado em Kakuma.

    No domingo participamos de um culto na Igreja do Pr. Francis, na cidade (Lodwar) que temos como base de apoio, após o culto saímos para comprar os alimentos para levarmos na primeira vila a ser visitada. A comida básica deles é o milho branco onde eles pilam e fazem uma polenta chamada Ugali, compramos também feijão, açúcar, sal. Em todas as vilas que fomos levamos alimentos para podermos distribuir, como sempre é uma ajuda sempre bem vinda, pelo menos por um tempo eles terão o básico em suas casas para poder alimentar melhor seus filhos.



    Momento da distribuição de alimentos nas vilas. Um momento de muita alegria para nós principalmente, por termos o privilégio de abençoar esse povo.

Agradecemos a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para que esse alimento chegasse nessas vilas. O bom a saber que não é uma pessoa fazendo, mais a igreja do Senhor em toda terra se mobilizando a ajudando.

Deixamos Lodwar com a promessa de voltarmos em breve, e muito em breve construir um local onde nossos irmãos possam celebrar ao Senhor Jesus ou Yesu na língua Turkana, pois o ambiente é muito agressivo, o calor do sol, o vento que trás a areia do deserto que fere os olhos. Então voltamos com esse novo desafio de no próximo ano dar inicio as construções das igrejas aqui no deserto, cada igreja fica em torno de 6,893,00 reias. É uma construção simples com uma medida de 7x15

    Essa é um modelo de uma igreja aqui no deserto, desejamos dar uma melhorada, pelo fato do calor.


Caso você deseje ajudar com esses projetos, entre em contato conosco pelo e-mail:






quarta-feira, 29 de abril de 2015

4th Viagem a região dos Turkanas.

Viagem aos Turkanas.
 Abril 2015 

Essa é nossa 4th viagem a região dos Turkanas. Muitas coisas diferentes e surpreendentes aconteceram. O Senhor, ele programa todas as coisas, graças a Deus por isso. Sabia que algo novo iria acontecer. 
A Região dos Turkanas se encontra numa região semidesértica, onde a maior necessidade de todas as vilas é a falta de água, consequentemente, dificuldade para plantio, para criação de animais, levando a população dessas vilas a sobreviver com muitas e extremas dificuldades. Porém existe um Deus, que eles dizem que é o Deus dos brancos (muzungusig, homem branco em Swailli, língua local), e nas vilas onde ajudamos eles já falam que o Deus dos muzugus é bom, porque Ele nos trouxe para ajuda-los. Sempre quando vamos visitar uma dessas vilas que ao todo somam 6 vilas que ajudamos, compramos alimentos básicos e/ou água, para vilas que ainda não tem poço perfurado. 
Nessa viagem uma das coisas que mais me impressionou foi nossa chegada na vila Kaikol, onde iremos perfurar o poço em Nome de Jesus esse ano ainda. Levamos um carro com alimentos para distribuir nessa vila, e como sempre eles estavam alegres em nos receber, ao chegar próximo do local de reunião da igreja que fica em baixo de uma arvore, algumas gotas de água caiam do céu no para-brisa do carro, algo que não é comum nas vilas, chuvaaaaaa, não me contive de alegria de ver o povo dançando de alegria pela nossa presença, pelos alimentos que estavam chegando e pela chuva no deserto, esse Deus é Espetacular, não existe                                                                                    Distribuição de alimentos numa das vilas
outro igual. Depois de muita festa fomos ouvir os testemunhos da vida deles. 

Partindo dessa vila, fomos visitar uma nova vila que esta sendo evangelizada, da mesma forma a recepção dos Turkanas nos surpreende, sempre muito alegres e curiosos com os visitantes, eles dizem que nós não temos pele, rsrsrs, pela nossa cor mais clara. Pudemos pregar a Palavra entre eles e da mesma forma distribuímos alimentos ( açúcar, feijão, milho, sal, e chá) pela escassez a comida se torna muito cara impossível deles comprar para o seu consumo diário, algumas das crianças nunca tinham comido feijão. Isso me choca. Depois das distribuição mais uma cena me chama a atenção, um casal colhendo os grãos que ficaram na areia. Como é diferente de nossa realidade de abundancia e desperdício.  


kakuma 

Depois desse dia fomos visitar uma igreja que apoiamos no campo de refugiado de Kakuma, extremo norte da região dos Turkanas 97 km da divisa com o Sudão do sul. O nome Kakuma sig, Terra de ninguém. Onde vivem milhares de pessoa que fugirão da guerra, da fome em seus países e se refugiaram em Kakuma, onde o crime, as drogas a total falta de ordem é normal para os que vivem nesse local, aqui temos uma igreja, cujo pastor Jean coordena um bom trabalho, nessa igreja podemos encontrar pessoas de 6 nacionalidades vizinhas ao kenya, ajudamos uma obreira,  Esther que tem o trabalho de visita a viúvas, ela também é viúva e coordena esse trabalho de visita, aconselhando, orando e na medida do possível ajudando com algo, como um roupa, comida, etc.  
Nossa intenção era de ficar lá dentro do campo 2 dias, mais fomos orientados pelo pastor que seria muito perigoso devido a recente ter ocorrido distúrbios entre alguns grupos, por isso ficamos com eles o dia, almoçamos juntos, conversamos, ministramos na igreja. A Igreja esta sendo reformada pois o numero de pessoas alcançadas tem aumentado, porém ele precisa de recursos para ampliar o prédio de reunião, também os materiais de construção para a sua realidade são caros. Esse foi o único pedido dele pra nós, nos ajude com essa reforma. 
                                                                                  Eu e o Pr. Jean líder de uma Ig. em Kakuma

Um dos nossos sonhos de fazer um seminário em  kakuma esta sendo programado para o mês de setembro ou outubro, duas reuniões estão sendo programadas uma com líderes e outra com as viúvas, será o inicio de um novo caminha entre a Igreja de Kakuma e a MCM e igrejas brasileiras. Tivemos um tempo de excelente comunhão com os pastores.



Reunião com a ministra de desenvolvimento e o hospital de Lodwar 

Seguindo a orientação de Deus, fui visitar o hospital de Lodwar, um hospital simples que no seu total esforço tenta amenizar o sofrimento de população. Falei com o diretor do Hospital Dr. Haram, que me recebeu muito bem, ele nos falou das necessidades que são muitas, como: falta de médicos, para atender nas vilas, onde a principal carência é de pediatras e ortopedistas e dentistas. Prontamente nos falou que seria bom poder receber médicos aqui pra ajudar, firmamos assim uma aliança que futuramente pode dar seus frutos. 
Logo após fui me encontrar com a ministra de desenvolvimento de Lodwar, onde da mesma forma fomos bem recebidos, explicamos quem somos e o que desejamos fazer pelo povo dela. Ela ficou muito feliz e nos apresentou dois projetos que o governo pretende implementar ainda esse ano, um programa de conscientização e pratica de reflorestamento, é comum vermos pessoas cortando árvores pra fazer carvão e vender na beira da estrada isso ao longo dos anos tem sido um grande problema, pois não havia nenhum programa sobre o impacto da devastação entre o povo Turkana. Outro projeto do governo é a 
                                                                                  Povo Turkana.

iluminação solar para as escola das vilas, onde os adultos poderão estudar, esse projeto já esta em fase final de planejamento, para começar a ser executado em outubro desse ano. A ministra ficou muito grata pelo nosso interesse em saber das necessidades do seu povo e nos pediu pra juntar-se ao ministério do desenvolvimento para podermos ajuda-los a alcançar seus objetivos. Essa é uma porta importante para nós, porque através do governo teremos acesso a outras regiões que não conhecemos, lógico que falei de junto podermos levar missionários nessas vilas para falar do amor de Deus e ela sem nenhuma restrição falou que tem seu total apoio. 

Encontro com nossos pastores Turkanas. 
Esse tempo aqui foi um tempo de relacionamento com os pastores locais, os quais apoiamos. Uma das coisas mais importante no trabalho de missões é o relacinamento com os obreiros nativos, tive tempo de qualidade com cada um dos pastores, pudemos conversar, sobre várias coisas. Eles puderam falar o seu ponto de vista sobre o trabalho, seus projetos, seus sonhos, cremos que avançamos aqui com esse tempo de relacionamento e na próxima viagem essas reuniões pessoais já estão marcadas. 

Creio que Deus tem algo muito grande pra essa região que tem sofrido tanto com a fome e a sede. 

Prs. Beethoven e Gláucia Moura / MCM Povos.